Empresas de vários segmentos estão descobrindo uma nova forma de encantar seus clientes, motivar seus funcionários e engajar seus parceiros diante dessa nova realidade de distanciamento social. Elas perceberam que todos esses “stakeholders”, enquanto estão isolados em casa, consomem massivamente “lives” de seus artistas favoritos.
A onda das “lives” começou bem pequena. Quem se arriscou entrar nesse mar logo cedo, conseguiu entregar um conteúdo de qualidade, com uma produção caseira e de baixo investimento. Mas, em poucas semanas, os shows online viraram ondas gigantes, com grandes produções e números impressionantes, que invadiram nossas casas.
O ápice desse tsunami foi no 18 de abril no evento “One World: Together At Home”. Esse festival virtual, que teve a curadoria de Lady Gaga, contou com a participação de grandes estrelas, como Paul McCartney e Rolling Stones, e mais de 100 músicos se apresentando em suas casas em diversos países. Mais de 270 milhões de pessoas em todo o mundo assistiram oito horas de shows transmitidos pela TV e por serviços de streaming com o nobre propósito de apoiar os trabalhadores da linha de frente durante a crise do coronavírus.
Após esse megaevento global, as pessoas se acostumaram a curtir shows online na conveniência de suas salas, pelo computador ou pelo celular, trazendo uma nova realidade para o cenário artístico mundial. No Brasil, esse movimento já tomou conta da agenda de diversos artistas. Empresas contratam seus shows para entregar conteúdos profissionais e experiências diferenciadas diretamente nas telas dos seus fãs.
Nessa nova modalidade de pocket show virtual, as empresas conseguem montar um evento customizado aonde sua marca e suas mensagens-chaves serão transmitidas de forma personalizada pelos artistas. Por se tratar de um evento fechado e exclusivo, a plateia virtual consegue interagir com a banda, pedindo músicas e até trocando ideias sobre suas carreiras.
Essa forte associação de imagens entre empresas e artistas tem criado um mercado para produtores de eventos artísticos. Afinal, para a realização de pocket shows virtuais, é necessário muito mais do que apenas os protagonistas. A infraestrutura envolve outros músicos, estúdio, palco, câmeras, luzes, cenário, ambientação, sonorização, mixagem, transmissão, e tudo mais atendendo aos requisitos rigorosos para garantir o distanciamento de todos os envolvidos.
Através dessa nova plataforma de vendas, as empresas podem oferecer, por exemplo, shows de artistas renomados para seus clientes em ações promocionais de compra-e-ganhe, podem contratar um espetáculo direcionado para motivar seus funcionários em quarentena, ou ainda, podem juntar seus parceiros de negócios em torno de uma experiência marcante durante o isolamento.
Essa nova tendência de mercado foi reforçada em uma matéria na página da Meio&Mensagem falando sobre as empresas que oferecem produção e conteúdo Premium e exclusivo ao público corporativo. Várias empresas de produção de eventos estão explorando esse novo filão para aproximar os artistas das grandes empresas.
Quem acredita que essa onda de “lives” vai passar e prefere não se molhar, saiba que essa realidade não deve morrer na praia tão cedo!