Muitos proprietários de pequenos e médios negócios estão sofrendo muito com os impactos da pandemia de COVID-19, principalmente pelo isolamento social e restrição de operação em consequência da quarentena adotada por alguns governos. Esses empresários estão vendo suas reservas baixarem rapidamente por conta dos custos fixos e da baixa (ou nenhuma) receita nos últimos dias.
Na falta de um estudo feito no Brasil, gostaria de usar como referência um gráfico com perfil bastante similar ao brasileiro. Esse gráfico, que foi publicado em um estudo* de 2016 desenvolvido por uma das maiores instituições financeiras do mundo – o JPMorgan Chase & Co, mostra o perfil das pequenas empresas americanas e os dias de reserva de caixa que elas possuem. Usando uma base de dados de mais de 470 milhões de transações feitas por 597.000 pequenas empresas entre fevereiro e outubro de 2015, a análise do banco mostra que metade das pequenas empresas possui uma reserva de caixa para suportar 27 dias de suas saídas típicas. Outros 25% possuem reserva de menos de 13 dias e apenas outro 1/4 tem mais de 62 dias de caixa.
Certamente, essa curva é ainda mais acentuada na primeira parte no Brasil. Portanto, manter as operações paralisadas por mais de 30 dias vai sufocar milhares de pequenas e médias empresas por falta de caixa. O governo já anunciou uma injeção de 147 bilhões de reais na economia nos próximos três meses para minimizar os impactos do avanço do coronavírus. Mas as empresas não sabem como isso será feito e nem quando. As incertezas e disputas entre poderes deixam os empresários ainda mais preocupados. Dia após dia, o caixa vai baixando e não existe uma luz no fim do túnel.
Enquanto a ajuda financeira não vem dos governos, a saída para os donos de PMEs (pequenas e médias empresas) é buscar empréstimos nas instituições financeiras. A recomendação, entretanto, é que os empresários façam o quanto antes uma análise do possível impacto da crise no seu faturamento. Com isso, podem solicitar o crédito antes de ter os seus negócios impactado. Afinal, é mais fácil levantar um empréstimo quando o negócio está bem do que quando as finanças já estão muito abaladas. E quem melhor está acudindo as PMEs nesse momento crítico são as startups da área financeira, conhecidas como Fintechs. Elas possuem serviços inovadores, com alta eficiência operacional e taxas bastante competitivas.
A fintech BizCapital, que tem cerca de 5.500 clientes com faturamento de até 5 milhões de reais, informa que pode creditar até R$ 200.000 na conta de seus clientes em até um dia útil, com juros que variam de 1,99% a 6,49% ao mês, carência de 60 dias e prazo de pagamento de até 24 meses. A fintech Weel, que tem 15.000 empresas cadastradas com faturamento médio a partir de R$ 10 milhões de reais, está abrindo um processo de análise mais rápido, com linhas de crédito de até 250% maior que as de instituições financeiras tradicionais. Essa startup trabalha com antecipação de recebíveis de notas e depósitos, garantindo que as PMEs tenham capital de giro.
Por isso, é importante que empresários conheçam e comparem essas formas inovadoras de crédito para que obtenham o capital de giro necessário para manter suas empresas vivas até que a luz finalmente apareça no fim do túnel.