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Negócios Reais em Feiras Virtuais

A indústria de feiras de negócios movimenta trilhões de dólares em todo o mundo. Só no Estado de São Paulo, esses eventos atraíram mais de 8 milhões de visitantes em 2019, segundo pesquisa da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe).

As feiras e eventos deste segmento geraram R$ 305 bilhões em negócios no ano passado, o equivalente a 4,6% do PIB nacional. Pela importância desse setor, essa é uma das principais atividades do VISITE SÃO PAULO, novo nome do São Paulo Convention & Visitors Bureau, entidade sem fins lucrativos que busca ampliar o volume de negócios na cidade.

Entretanto, assim como aconteceu com as indústrias de turismo e de entretenimento, as feiras de negócios também estão enfrentando momentos difíceis por conta da pandemia. Pensar em aglomerações nesse momento está fora de questão. Mas essa indústria, de extrema importância para fabricantes de todos os segmentos, não pode parar. E como muitos negócios, também teve que se reinventar, passando por transformações digitais muito rápidas.

Um dos primeiros setores a reagir, quase sem querer, foi a indústria automobilística. O tradicionalíssimo Salão do Automóvel de Genebra na Suíça foi cancelado poucos dias antes do evento, deixando as marcas participantes com estandes montados pelo meio e lançamento por acontecer. Para resolver o problema, algumas optaram por transmitir vídeos diretamente do evento, enquanto outras divulgaram suas novidades por meio de vídeos, criando o primeiro salão do automóvel virtual.

Eu tive a oportunidade de visitar presencialmente uma das maiores feiras de negócios do mundo em janeiro desse ano. A Consumer Electronics Show (CES), que acontece todos os anos em Las Vegas nos Estados Unidos, na edição 2020, recebeu mais de 170.000 participantes para visitar cerca de 4.400 expositores de produtos e serviços de tecnologia em mais de 270 mil metros quadrados de espaço de exposição em 11 locais distintos.

Para mim, essa experiência foi minha despedida das feiras de negócios como eu conhecia. Não me vejo participando de um evento desse porte e com esse formato nos próximos anos. E tenho uma vivência bem extensa de feiras de negócios, tanto como visitante como expositor. Já participei de exposições nos segmentos de alta tecnologia, construção civil, automotivo, turismo, alimentos, até de equipamentos industriais e naval. Porém, desde o começo da pandemia, não frequentava mais nenhum evento… até o começo de agosto com a VarejoTech, a maior conferência do setor do varejo brasileiro!

 

Esse evento, que teve essa edição 100% online, foi brilhantemente organizado e promovido pela StartSe, uma das escolas de negócios mais inovadoras do mundo, com sedes na China e no Vale do Silício. Não foi apenas o conteúdo das palestras que me surpreendeu. A minha primeira experiência de visitação de uma feira virtual foi a melhor possível. Apesar da interface gráfica não ser muito desenvolvida, a navegabilidade e interação com os expositores era de longe muito melhor que qualquer visita presencial que eu já tive na vida.

 

A plataforma desenvolvida pela própria StartSe permite que você visite a feira virtual ao mesmo tempo que assiste as palestras. No estande virtual, você pode baixar os catálogos e folhetos gratuitamente, assistir os vídeos promocionais (pitches) e ainda interagir com o expositor por chat, de uma forma tão intuitiva e conveniente, que aumenta o engajamento com o expositor.

 

Por coincidência, na semana seguinte, tive a oportunidade de acompanhar outra feira virtual com uma experiência igualmente impactante. A FoodTech Expo, o evento mais importante para startups de alimentação (FoodTechs) da América Latina. O mais surpreendente foi saber que toda tecnologia empregada nesse evento foi desenvolvido pela startup Kosmos, formada por estudantes de Engenharia da USP São Carlos. Tive a oportunidade de conhecê-los e saber mais sobre essa iniciativa.

 

Conhecendo bem esse mercado, posso assegurar que essas empresas que estão despontando no desenvolvimento de plataformas digitais para feiras e congressos têm um enorme potencial de sucesso. Com as tecnologias já existentes, tais como chats, videocolaboração e streaming, essas plataformas conseguem entregar experiências muito positivas tanto para visitantes quanto para expositores e palestrantes desses eventos.

 

Com o emprego de ferramentas ainda mais imersivas, como a Realidade Virtual e Aumentada, é possível inclusive explorar em detalhes os recursos de um produto, o que normalmente não é possível nos estandes tradicionais. Em uma demonstração utilizando Realidade Virtual, por exemplo, um expositor pode exibir os componentes de um motor para diversos clientes ao mesmo tempo sem que eles saiam de casa. Os Óculos 3D de Realidade Virtual para assistir uma demonstração dessas está tão barato hoje em dia, que pode até ser enviado de graça para os principais clientes.

 

Com os avanços de todas essas tecnologias e plataformas digitais, essas feiras virtuais trarão cada vez mais conveniência para todos com custos extremamente reduzidos. Pensando do lado dos visitantes, acabarão as despesas astronômicas com viagem, hospedagem, traslado, estacionamento, sem falar nos incômodos de aglomeração, falta de atenção de expositores, andar muito e comer mal.

 

Para os expositores, os benefícios são ainda mais impressionantes. No modelo de feira tradicional, as empresas precisam alocar tempo da equipe (hora extra), custo do chão da feira, custo de design do estande, fabricação, montagem e desmontagem do estande, custo com contratação e treinamento das promotoras, uniformes, custo de entretenimento, comes e bebes, limpeza, segurança e roubos e furtos, visitantes indesejáveis (caroços), materiais impressos, sacolas, brindes, etc. Em muitos eventos não se pode vender, não se consegue extrair adequadamente os dados dos visitantes, além de ter os concorrentes bem próximos.

 

Agora, se você gosta de comer amendoim (contaminado) nos estandes enquanto aprecia as beldades, espere a pandemia acabar e torça para que as empresas não tenham percebido ainda os inúmeros benefícios dessa nova modalidade. Eu, particularmente, só sentirei falta dos crachás para minha coleção. As feiras podem ser virtuais, mas os negócios são bem reais!

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