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Eram férias de verão na linda e ensolarada cidade de Santos em 1983. Praias lotadas de turistas desde muito cedo até bem tarde. Como qualquer adolescente, eu estava cheio de energia e louco para explorar o mundo.

Foi nesse cenário que encontrei meu primeiro amor! Eu já sonhava com ela mesmo antes de tê-la nas minhas mãos. Ela era linda, magrela, rosadinha e branquinha. Com ela, eu gastava toda minha energia e pude explorar todos os cantos da minha cidade. Eu ficava grudado nela da hora que acordava até o fim do dia. Foi quando meus pais me presentearam com aquela tão sonhada Caloi Cross Extra Light que eu descobri o que era o amor!

Em cima da minha magrela, eu vivi as maiores aventuras da minha adolescência. Tenho inúmeras histórias (e cicatrizes) para contar para os meus netos. Também aprendi muitas lições que guardo até hoje na memória. E é uma dessas lições especiais que gostaria de compartilhar nesse artigo.

Naquele verão de 1983 na Praia do Gonzaga, aconteceu a primeira prova de ciclismo em uma pista de areia da minha cidade. Como eu era um ciclista apaixonado, habilidoso e confiante, pedi para os meus pais me inscreverem. Eu tinha certeza que me sairia muito bem na corrida, pois eu estava com ela, minha linda e poderosa magrela.

Quando cheguei para a competição, notei que os outros participantes eram bem maiores que eu. Aliás, sempre fui o menor da minha turma. Eles também tinham bikes mais equipadas e estavam todos paramentados com roupas e equipamentos de proteção. Eu, que sequer usava capacete, não me deixei abalar. Estava pronto para enfrentar os fortes e grandes competidores.

Foi dada a largada e eu coloquei toda minha força para disparar com minha amada. Entretanto, para a surpresa de todos, a pista tinha sido muito mal feita e a areia era extremamente fofa. Ninguém conseguia pedalar naquela trilha, muito menos parar em cima das bicicletas. Percebendo que era impossível correr naquele solo, as crianças começaram a correr com as bikes nas mãos. Todos disparam em uma corrida a pé com carregamento de peso.

Todos, menos eu! Achava aquilo muito errado. Estávamos em uma prova de ciclismo. Era a bike que deveria nos levar e não o contrário. Por isso, não aceitei aquela solução indigna e continuei pedalando com muito esforço até a linha de chegada. Obviamente, fui o último colocado, mas cheguei sob aplausos de toda plateia. Aquela experiência juvenil me ensinou algumas lições para toda vida!

Duas delas foram eternizadas pelo escritor e ensaísta britânico G. K. Chesterton (1874-1936) nas citações abaixo:

“O certo é certo, mesmo que ninguém o faça. O errado é errado, mesmo que todos se enganem sobre ele.”

“Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes.”

Agradeço à minha magrela por ter dedicado seus melhores anos comigo! Meu primeiro amor estará para sempre no meu coração!

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